Ex-militar que matou esposa asfixiada alega ter cometido o crime por acidente e se diz arrependido

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O ex-militar da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro de Lima Souza, disse estar arrependido e alegou ter matado a ex-mulher Natalin Nara Garcia de Freitas Maia por acidente, pois estaria tentando contê-la já que a mesma estaria descontrolada e quebrando móveis da casa. As versões de Tamerson foram ditas durante interrogatório realizado nesta segunda-feira (1°).

Segundo o advogado de defesa, João Ricardo, o autor alegou que Natalin teria chegado em casa com sinais de embriaguez, descontrolada e o agredindo. Tamerson então teria aplicado o golpe que a matou na tentativa de conte-la, para que a mesma não parasse com as agressões e não quebrasse móveis da casa.

Tamerson também disse em juízo que se arrepende do crime cometido. A versão do autor se repete desde sua prisão. Vale lembrar que o mesmo chegou a forjar conversas, enviando mensagens para seu psicólogo e dizendo que foi ‘abandonado’ pela vítima.

Prints das mensagens de WhatsApp anexadas recentemente ao processo de Tamerson mostram a tentativa de dissimulação do militar em dizer que Natalin o havia abandonado, assim como, a filha. Em depoimento realizado em junho deste ano, familiares da vítima relataram episódios de agressões e o medo que a vítima sentia do marido.

Avó de Natalin relatou que no final de 2021 a jovem pediu para dormir com ela e, naquela noite, confidenciou que o casamento não ia bem. “Ele está me maltratando, me machucando, tenho medo”, teria dito Natalin para a vó. Ainda segundo a testemunha, a neta contou que, se prestasse queixa, Tamerson a mataria.

Tamerson excluído da força área

Tamerson foi excluído das fileiras da FAB (Força Aérea Brasileira), em decisão a processo administrativo do Conselho de Disciplina. A decisão foi publicada no fim de junho e o pedido de transferência para um presídio comum foi deferido no mês passado.

Preso por assassinar a esposa Natalin Nara na madrugada de 4 de fevereiro deste ano, Tamerson estava detido na Base Aérea de Campo Grande, já que era militar. Em ofício, o comandante, brigadeiro do ar Clauco Fernando Vieira Rossetto, comunicou a exclusão do réu das fileiras da FAB.

Ainda de acordo com o ofício, Tamerson foi excluído a bem da disciplina, perdendo o direito de responder ao processo preso na Base Aérea. Sendo assim, foi solicitado traslado para um presídio comum e o pedido foi deferido pelo juiz Aluizio dos Santos Pereira, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

O crime

O crime aconteceu na madrugada do dia 4 de fevereiro, na residência do casal, na Rua Dorothea de Oliveira, no Residencial Oliveira.

Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Tamerson e Natalin conviviam maritalmente há quatro anos e tinham uma filha. Naquele dia, a vítima chegou em casa de madrugada e o casal teve uma discussão, quando Tamerson estrangulou a esposa com os braços, em um golpe de ‘mata-leão’.

Natalin foi morta por asfixia mecânica. A filha do casal esteve na residência todo o tempo durante o crime. Tamerson então enrolou o corpo da esposa em um lençol e colocou no porta-malas do carro. Na manhã seguinte, ele ainda levou a filha de apenas 4 anos para a escola, com o corpo da mãe no veículo.

Depois, dirigiu até a Rodovia BR-060, onde desovou o corpo da esposa em um matagal. Ele foi denunciado pelo feminicídio qualificado pelo motivo torpe, na presença de descendente e emprego de asfixia, além da ocultação de cadáver. A denúncia foi recebida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Foi designada audiência para ouvir testemunhas de acusação para o dia 19 de abril. Tamerson está preso na Base Aérea de Campo Grande desde o dia 6 de março, quando foi detido em flagrante após o corpo de Natalin ser encontrado.

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