Países lançam aliança para sair da indústria de petróleo e gás

0
Protesto contra crise climática em Glasgow, sede da COP26 (foto: EPA)

Costa Rica e Dinamarca lançaram oficialmente nesta quinta-feira (11), durante a COP26, em Glasgow, uma aliança para sair da indústria de petróleo e gás, principal responsável pela emissão de gases do efeito estufa.

O projeto busca preencher uma lacuna na cúpula climática da ONU, cujo esboço da declaração final faz apenas uma breve menção aos combustíveis fósseis, apesar de seu papel determinante para a crise climática na Terra.

A Aliança Além do Petróleo e Gás (Boga, na sigla em inglês) também tem a adesão plena de França, Irlanda e Suécia, do País de Gales, integrante do Reino Unido, da província canadense de Québec e da Groenlândia, região ártica pertencente à própria Dinamarca.

Os membros plenos da Boga se comprometem a não autorizar novas licenças ou concessões para exploração e produção de petróleo e gás e a estabelecer uma data para encerrar a extração nos territórios sob sua jurisdição.

Já Portugal, Nova Zelândia e o estado da Califórnia, nos EUA, aderiram como “membros associados”, o que significa o compromisso de dar “passos significativos e concretos que contribuam para a redução da produção de petróleo e gás”, como o fim de subsídios para essa indústria.

A Itália é a única signatária que aderiu como “amiga”, status que prevê apenas a assinatura da declaração da aliança.

Esse texto diz que os compromissos climáticos estão sendo “minados pela produção atual e planejada de combustíveis fósseis”, que precisaria cair entre 3% (gás natural) e 4% (petróleo) por ano até 2030, e em taxas mais elevadas a partir de então, para garantir um aquecimento global máximo de 1,5ºC neste século em relação aos níveis pré-industriais.

“Os planos atuais dos governos, no entanto, apontam para um aumento de 2% ao ano na produção de combustíveis fósseis. Em 2030, isso resultaria em mais que o dobro de uma produção consistente com o limite de 1,5ºC”, alerta a declaração.

Além disso, a Agência Internacional de Energia afirma que a demanda por petróleo e gás natural precisa cair 75% e 55%, respectivamente, entre 2020 e 2050 para garantir o objetivo de zerar as emissões líquidas de CO2 até a metade do século.

“Isso significa que não precisamos de nenhum novo campo de petróleo e gás além daqueles já aprovados até 2021”, acrescenta o texto disponível no site da aliança.

Apesar de não ter assumido o compromisso de sair da indústria de combustíveis fósseis, o ministro da Transição Ecológica da Itália, Roberto Cingolani, comemorou a adesão. “Temos ideias claras: um grande plano para fontes renováveis com 70 bilhões de watts para os próximos nove anos, para chegar em 2030 com 70% de energia elétrica limpa”, disse.

DEIXAR UM COMENTÁRIO

Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Portal de Notícias reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.