Dalva Ferreira Araújo, 51 anos, e Severino Piano de Araújo, 73 anos, foram agredidos pelo próprio filho, Divinhalli Ras Ferreira de Araújo, 31 anos, na noite deste domingo (13), na Vila Marli, em Campo Grande. “Ele veio para nos matar”, conta a mulher.
Entre o medo e o desespero, foi preciso bravura para fugir das agressões e conseguir chamar a Polícia Militar.
O casal ainda está sem entender por qual o motivo o filho mudou de comportamento e passou a agredi-los com pedaços de pau, ferro, tijolos e até garrafas. Mas como a mãe disse para a reportagem, com Deus em primeiro lugar, eles sobreviveram a esse episódio trágico.
Severino é quem mais sofreu com as agressões. Com hematomas e machucados pelo corpo, ele não consegue movimentar o braço direito, pois as pancadas foram muito fortes e isso teria impossibilitado seus movimentos, mesmo que não tenha quebrado nada, após exames feitos.
“Como começou, eu não sei contar, ele entrou do nada, começou a me agredir, jogando pau em mim, jogando tijolo, jogando garrafa. Eu estou todo machucado”, relatou o pai , na tarde desta segunda-feira (14).
A mãe relembra dos momentos de tensão, pois ela estranhou o comportamento do filho, totalmente agressivo, e tentou argumentar. Houve um princípio de discussão, o que desencadeou nas agressões. Divinhalli estaria embriagado naquele momento.
Segundo relato do casal, a intenção do filho era matar primeiramente a mãe e depois o pai, pois após as agressões, Severino ficou agonizando com as dores e os hematomas.
Já Dalva foi jogada nos materiais de reciclagem, ganha pão do casal. Naquele ambiente, ela passou a ser agredida com um pedaço de ferro pelo filho, que chegou a atingir seu peito em um dos golpes, mas ela conseguiu se esconder em meio aos papelões e sacos plásticos.
Ela relembra a principal frase do filho: “eu vou te matar, velho sem vergonha, eu vou te matar e vou matar a mãe também”. Assustada, Dalva acrescentou: “ele queria matar nós, ele veio para nos matar”.
Após as agressões e o chamado da polícia, Divinhalli foi preso em flagrante por lesão corporal qualificado por meio de violência doméstica.
Trabalho e pedido de ajuda
Com o auxílio do cavalo, chamado de Dourado, Dalva e Severino estão momentaneamente impossibilitados de trabalhar por conta das agressões sofridas.
Pela cidade, eles vão recolhendo materiais de reciclagem, o ganha pão diário do casal. Além do primogênito, eles possuem um filho pequeno. Após o episódio, eles precisam de ajuda, principalmente para colocar uma porta, que ficou danificada na confusão.
Mas claro, uma cesta básica também será bem-vinda.
“Preciso de uma cesta básica e de uma porta, porque a minha não fecha”, completou.
