A cada R$ 56 em multas aplicadas pelo Ibama em MS, apenas R$ 1 é pago

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 A fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) em Mato Grosso do Sul aplicou R$ 15,9 milhões em multas ambientais, de janeiro a dezembro de 2019. Porém, só 1,7% do total – ou R$ 276,4 mil – foram quitados.

As informações são do Ibama e apontam para apenas R$ 1,00 recolhido para cada R$ 56,00 em multas autuadas.

De acordo com os dados fornecidos pelo instituto, 233 autos de infração foram expedidos em 2019, dos quais só 65 foram quitados.

A multa mais alta entre as que foram quitadas foi fixada em R$ 21,1 mil. Em média, as infrações pagam custaram R$ 4,2 mil aos infratores.

Por outro lado, o Ibama aplicou penalizações que chegaram a R$ 2 milhões, como multa por desmatamento ao ex-deputado federal e ex-secretário de Obras do Estado, Edson Giroto, preso e acusado de lavagem de dinheiro e ocultação de bens em desdobramentos da Operação Lama Asfáltica.

O ex-coordenador de obras da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), João Afif Jorge, e a médica Mariane Mariano de Oliveira também foram autuados em 2019, pelo mesmo valor e motivo.

A dupla foi denunciada, junto com Giroto, por lavagem de R$ 4,3 milhões na compra da Fazenda Maravilha, em Corumbá.

A maior parte das punições aplicadas no ano anterior são por desmatamento e irregularidades na atividade pesqueira.

(Infográfico: Ricardo Oliveira)(Infográfico: Ricardo Oliveira)

Diagnóstico – Segundo o superintendente do instituto no Estado, Luiz Carlos Marchetti, a maioria das multas aplicadas em 2019 ainda não chegaram à fase de cobrança.

O responsável pelo Ibama em Mato Grosso do Sul explica ainda que as infrações mais altas acabam judicializadas, o que torna o recolhimento dos valores devidos ainda mais moroso.

A superintendência pretende colocar em prática, até o meio do ano, novo sistema de conversão de multas, que prevê conciliação com infratores.

O programa oferece descontos de até 60% nos valores cobrados, se combinado com adesão a projetos de recuperação do meio ambiente.

Os técnicos do Ibama no Estado estão em fase de treinamento e adaptação ao sistema. Marchetti crê que o mecanismo pode resultar em recolhimento maior das multas aplicadas.

Recorde – Os R$ 15,9 milhões autuados em 2019 foram o menor volume aplicado nos últimos cinco anos.

O recorde no período é de 2018, quando as punições somaram R$ 147,3 milhões, infladas pela penalização de R$ 54,5 milhões à fazenda BRPec, por desmatamento, em Corumbá.

Aposentadorias – Segundo Marchetti, o efetivo do Ibama em Mato Grosso do Sul está desfalcado em 50% por causa de aposentadorias em massa. “É um problema nacional. Não é só daqui do Estado”, diz.

Sem previsão para abertura de concurso público, o cenário da fiscalização contra crimes ambientais é de incertezas.

Informações do site Campo Grande News

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