A família de Anderson Menezes, 17 anos, e Letícia Rodrigues de Lima, 16 tentam entender tamanha crueldade e descobrir o motivo para o assassinato do casal. A dupla foi morta com ao menos 9 tiros de pistola 9 mm (milímetros), na madrugada do último domingo (7), na Rua Adroaldo Benito Bissacoti, no Bairro João Zardo, em Rio Brilhante, distante 163 quilômetros de Campo Grande.
O casal namorava há 3 meses e moravam juntos na casa da família de Anderson. Segundo a tia do adolescente, Erica Menezes, de 25 anos, a família não conhece o suspeito do crime e não tem nem ideia do motivo. De acordo com ela, o garoto tinha saído pela manhã avisando que ajudaria o suspeito em uma mudança. “Ele voltou à tarde, tomou banho e disse que iria jantar fora e não voltou mais”, lamentou a tia.
Erica conta que o sobrinho usava droga, porém nunca houve episódio de cobranças. “Não devia para ninguém”, afirma. Contou ainda que dentre as tias, era a mais próxima e resumiu Anderson como “guri brincalhão”.
A Secretaria Municipal de Saúde de Rio Brilhante decretou luto pela morte do casal de adolescentes e suspendeu as aulas de toda a rede de ensino municipal desta segunda-feira (8) no município.
Apesar da versão da família de que o adolescente não tinha problemas com droga, a Polícia Civil apura se o casal tinha envolvimento com o crime organizado em Rio Brilhante e segue com as buscas pelo principal suspeito, Claiton de Matos Ortiz, 36 anos, e outras pessoas que estavam na casa no momento do crime.
Uma testemunha disse à polícia que chegou ao local por volta de 1 hora, encontrou o portão aberto e a casa revirada com cadeiras caídas e as vítimas mortas. Na parte externa do imóvel, há câmeras de segurança. As imagens flagraram a movimentação no quintal e a fuga das pessoas que estavam no local, inclusive, do dono da casa, Cleiton de Matos Ortiz, 36 anos, que fugiu em um Volkswagen Gol.
Há um mês, Claiton saiu da cadeia, onde cumpriu pena de nove anos por ter matado os irmãos Eudes Sarate de Lima, 49 anos, e Edemilson Sarate de Lima, 44 anos, em 2012, em um barraco às margens da BR-163. Na ocasião, as vítimas foram assassinadas também com vários tiros de pistola 9mm.
Dois anos antes, em dezembro de 2010, Victor Ortiz, 49 anos, pai de Claiton, foi fuzilado no lugar dele, no assentamento Lago Azul.
